Era desordem a forma em que se encontravam seus pensamentos quando se deu conta disso no único momento de consciência que teve, ao acordar de súbito, no meio da madrugada. Foi uma surpresa, pois ainda nem sequer havia dormido. A sabedoria do tempo, no entanto, depois lhe esclareceu que aquela confusão de pensamentos era exatamente fruto do típico transe em que entramos quando estamos na fronteira do sono. E que tosse! Aquela tosse terrível fora a responsável por lhe inibir o sono a noite toda. A tosse era um transtorno ao rumo natural das coisas, e assim não poderia ser.
Na verdade, a tosse estava associada à posição de seu tórax quando dormia. Pô-lo na horizontal o fazia tossir, já havia pensado nisso. Se pelo menos pudesse dormir em pé... A tosse era um desafio ao dever de acordar cedo na manhã seguinte, uma audácia que não era bem-vinda. Acabava se mantendo acordado na luta pela obrigação do descanso, e de acordar cedo, o que ajudava a manter o transe. Que tosse maldita!
Aquela tosse era a significação física de tudo que sentia e não era, digamos, fisicamente expressável de outra forma. Ninguém morre de tosse, mas é impossível conviver com ela. E assim era... Era uma tosse dentro do coração.
Pensando bem, morre-se de tosse... Ah, morre-se, sim.
Seu coração tossia, fazendo tremer todo o restante de seu corpo, o impedindo de descansar. Tossia por uma causa antiga. Tratavam-se de resquícios de uma doença passada, porém mal curada. Seu coração tossia porque ainda não estava curado.
Haveria de ser uma tosse crônica... Sua tosse tinha um nome...
Enquanto não aprendia a conviver com o sentimento da tosse, rolava pela cama em busca do sono. Rolar na cama era a morfina para o que sentia, mas em outros braços, e não daquele jeito, rodeado de uma confusão de pensamentos. Ah, os braços da tosse... Que vontade...
De repente, parou de se debater. Sua mente se tranqüilizou. Seu coração jamais o faria, mas decidiu dar uma trégua, pelo menos, em nome de uma paz momentânea. Não era a cura, sabia. Poderia ser a morte, mas era somente o sono.
Estava, enfim, cansado de tossir...
Na verdade, a tosse estava associada à posição de seu tórax quando dormia. Pô-lo na horizontal o fazia tossir, já havia pensado nisso. Se pelo menos pudesse dormir em pé... A tosse era um desafio ao dever de acordar cedo na manhã seguinte, uma audácia que não era bem-vinda. Acabava se mantendo acordado na luta pela obrigação do descanso, e de acordar cedo, o que ajudava a manter o transe. Que tosse maldita!
Aquela tosse era a significação física de tudo que sentia e não era, digamos, fisicamente expressável de outra forma. Ninguém morre de tosse, mas é impossível conviver com ela. E assim era... Era uma tosse dentro do coração.
Pensando bem, morre-se de tosse... Ah, morre-se, sim.
Seu coração tossia, fazendo tremer todo o restante de seu corpo, o impedindo de descansar. Tossia por uma causa antiga. Tratavam-se de resquícios de uma doença passada, porém mal curada. Seu coração tossia porque ainda não estava curado.
Haveria de ser uma tosse crônica... Sua tosse tinha um nome...
Enquanto não aprendia a conviver com o sentimento da tosse, rolava pela cama em busca do sono. Rolar na cama era a morfina para o que sentia, mas em outros braços, e não daquele jeito, rodeado de uma confusão de pensamentos. Ah, os braços da tosse... Que vontade...
De repente, parou de se debater. Sua mente se tranqüilizou. Seu coração jamais o faria, mas decidiu dar uma trégua, pelo menos, em nome de uma paz momentânea. Não era a cura, sabia. Poderia ser a morte, mas era somente o sono.
Estava, enfim, cansado de tossir...
2 comentários:
q meeeeeeerdaaaaaaa de texto!!!!
hahahahahha
capazz...
foi o melhor q já vi aqui no blog...
flw.. abração.. mto bom!!
Muito boa Gordinho, vc tem muito talento deixa essa porra de economia pra lá hhheehehheh Parabéns.
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