No dia das eleições, isso é um manifesto de repúdio.
Repúdio a tudo que representa o atraso, a manutenção das coisas, dos fatos, das situações. Repúdio à hipocrisia.
Repúdio às próprias eleições desse fim de semana, que nos levam às urnas a fim de nos fazer legitimar esse processo completamente superado, e querer repassar ao eleitor a responsabilidade pelo caos social e institucional em que estamos metidos.
Repúdio ao Governo, que ainda se considera capaz de liderar um processo de desenvolvimento sem entender que este é de caráter social, envolvendo a sociedade enquanto fim e não enquanto ferramenta.
Repúdio às elites nacionais, que acham que sabem o que é bom para o povo.
Repúdio ao povo, que também acha que existe uma elite que sabe o que é bom para ele.
Repúdio à desigualdade social, que é a característica principal da nossa sociedade, geradora de seus principais problemas, mas que por ela é conservada e almejada como uma cicatriz de que nos orgulhamos.
Repúdio ao PT, que não reconhece o mar de corrupção em que navega e em que pôs o país, negando suas propostas progressistas e ao querer fazer da ineficácia da nossa democracia um mérito seu.
Repúdio ao PSDB, que tenta construir uma experiência futura negando as suas passadas, ao ser incompetente na tentativa de mostrar ao país sua situação, e ao fazer parte do jogo político que tanto critica, como se fôssemos idiotas e não soubéssemos disso.
Repúdio ao PMDB, que se prostitui em nome do poder ao ser um dos partidos mais fáceis de se comprar. Que não representa alternativa alguma, sendo somente mais um a sustentar os coorporativismos que acabam com a nossa máquina pública.
Repúdio ao PFL e ao PP, que mantém oligarquias inteiras no país, como no Nordeste e aqui, no RS, dando voz ao que existe de mais podre na nossa sociedade, ao que significa o atraso e o privilégio em cima da manutenção das desigualdades.
Repúdio ao PSOL, PSTU, PCO e outros tantos partidecos, sustentados por uma base que também zela pelo coorporativismo, que se infiltram nos movimentos sociais, sindicais e estudantis, os partidarizando e os destruindo graças a brigas entre si, cuja importância é completamente nula para o amadurecimento político.
Repúdio ao empresariado nacional, que reclama do Estado quando este lhe cobra impostos, mas é o primeiro a exigir dele proteções e incentivos, assim como seguros, garantias e outros formas de defender o seu patrimônio, escancarando sua mesquinharia irresponsável para com o país.
Repúdio às igrejas, todas elas, que se instalam na nossa formação social, se não como hábitos, como idéias, fazendo de nós um bando de conservadores subnutridos, que não sabemos nem sequer o que queremos conservar.
Repúdio à família brasileira, que se constitui no princípio de todas as nossas demais instituições e que zela pela preservação do paternalismo, do machismo, do racismo e de todas as relações de submissão em que vivemos.
Repúdio aos nossos setores ditos liberais, que deixam de lado os fundamentos da formação do nosso país em nome de bandeiras caricaturadas de seus reais idéias, como se legalizar a maconha fosse sinônimo de modernidade.
Repúdio a todos os consensos que nos rodeiam, e que se infiltram na nossa interpretação acerca da realidade, não nos fazendo perceber a insensatez da nossa constituição social e o quão ela deveria ser diferente.
E um repúdio a nós, brasileiros, e à nossa incapacidade de se revoltar, à nossa aceitação das injustiças e absurdos sociais e políticos como coisas normais. À nossa acomodação como se nada nos interferisse, à nossa irresponsabilidade com o futuro, ao nosso egoísmo enquanto povo. À nossa preguiça social.
Isso é um manifesto de repúdio.
Repúdio a tudo que representa o atraso, a manutenção das coisas, dos fatos, das situações. Repúdio à hipocrisia.
Repúdio às próprias eleições desse fim de semana, que nos levam às urnas a fim de nos fazer legitimar esse processo completamente superado, e querer repassar ao eleitor a responsabilidade pelo caos social e institucional em que estamos metidos.
Repúdio ao Governo, que ainda se considera capaz de liderar um processo de desenvolvimento sem entender que este é de caráter social, envolvendo a sociedade enquanto fim e não enquanto ferramenta.
Repúdio às elites nacionais, que acham que sabem o que é bom para o povo.
Repúdio ao povo, que também acha que existe uma elite que sabe o que é bom para ele.
Repúdio à desigualdade social, que é a característica principal da nossa sociedade, geradora de seus principais problemas, mas que por ela é conservada e almejada como uma cicatriz de que nos orgulhamos.
Repúdio ao PT, que não reconhece o mar de corrupção em que navega e em que pôs o país, negando suas propostas progressistas e ao querer fazer da ineficácia da nossa democracia um mérito seu.
Repúdio ao PSDB, que tenta construir uma experiência futura negando as suas passadas, ao ser incompetente na tentativa de mostrar ao país sua situação, e ao fazer parte do jogo político que tanto critica, como se fôssemos idiotas e não soubéssemos disso.
Repúdio ao PMDB, que se prostitui em nome do poder ao ser um dos partidos mais fáceis de se comprar. Que não representa alternativa alguma, sendo somente mais um a sustentar os coorporativismos que acabam com a nossa máquina pública.
Repúdio ao PFL e ao PP, que mantém oligarquias inteiras no país, como no Nordeste e aqui, no RS, dando voz ao que existe de mais podre na nossa sociedade, ao que significa o atraso e o privilégio em cima da manutenção das desigualdades.
Repúdio ao PSOL, PSTU, PCO e outros tantos partidecos, sustentados por uma base que também zela pelo coorporativismo, que se infiltram nos movimentos sociais, sindicais e estudantis, os partidarizando e os destruindo graças a brigas entre si, cuja importância é completamente nula para o amadurecimento político.
Repúdio ao empresariado nacional, que reclama do Estado quando este lhe cobra impostos, mas é o primeiro a exigir dele proteções e incentivos, assim como seguros, garantias e outros formas de defender o seu patrimônio, escancarando sua mesquinharia irresponsável para com o país.
Repúdio às igrejas, todas elas, que se instalam na nossa formação social, se não como hábitos, como idéias, fazendo de nós um bando de conservadores subnutridos, que não sabemos nem sequer o que queremos conservar.
Repúdio à família brasileira, que se constitui no princípio de todas as nossas demais instituições e que zela pela preservação do paternalismo, do machismo, do racismo e de todas as relações de submissão em que vivemos.
Repúdio aos nossos setores ditos liberais, que deixam de lado os fundamentos da formação do nosso país em nome de bandeiras caricaturadas de seus reais idéias, como se legalizar a maconha fosse sinônimo de modernidade.
Repúdio a todos os consensos que nos rodeiam, e que se infiltram na nossa interpretação acerca da realidade, não nos fazendo perceber a insensatez da nossa constituição social e o quão ela deveria ser diferente.
E um repúdio a nós, brasileiros, e à nossa incapacidade de se revoltar, à nossa aceitação das injustiças e absurdos sociais e políticos como coisas normais. À nossa acomodação como se nada nos interferisse, à nossa irresponsabilidade com o futuro, ao nosso egoísmo enquanto povo. À nossa preguiça social.
Isso é um manifesto de repúdio.
3 comentários:
Eu já tinha dito "ao vivo" que tinha gostado deste manifesto (a ponto de recomendar a leitura pondo um link no meu blog), só faltava deixar um comentário aqui para que os leitores conhecessem minha opinião...
Excelente!
Também vou colocar um link em meu blog.
Sabes o que é "ente ficto, ectoplasma tecnocrático"?
Hehehe...
Foi como o Paulo Sant'Ana descreveu a Yeda na coluna de 7 de maio de 93:
“... Esta flutuação da ministra Yeda Crusius por Brasília, sem pasta, sem planejamento, sem norte, um vazio administrativo a rondar-lhe os passos hesitantes, é um cartaz eloquentemente negativo do governo.
Somente a irresponsabilidade e o despreparo governamental explicam a colocação de Yeda Crusius no Ministério do Planejamento. Se a gente for contar aos netos, na passagem do século, eles não acreditarão: fizeram um plano econômico, anunciado com impacto à nação, sem consultar a ministra do Planejamento. Mas se ela não planeja, o que faz?
...
...
Aí ela chegou [ao Palácio do Planalto, para o anúncio do Plano Real], visivelmente contrariada, demissionária, sem poder, esvaziada, vivendo a sensação de um espectro bailante e amorfo em meio ao ministério. E desde aquele dia Yeda Crusius permanece na UTI do ministério, ligada aos tubos, com difícil respiração artificial. É uma ministra-fantasma, um ente ficto, um ectoplasma tecnocrático, uma utopia dirigencial, uma avacalhação mais completa do papel da mulher na valorização última e elogiável de seu sexo na civilização moderna. ...”
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Do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa:
Ectoplasma: 1 camada mais externa do citoplasma 2 substância visível considerada capaz de produzir materialização do espírito.
Fantasma: 1 aparência destituída de realidade; puramente ilusória 2 visão que apavora, que aterroriza.
Ficto: 1 em que há simulação; falso, inventado, simulado.
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