Eu gostaria de ter mais confiança nas pessoas. Gostaria de conhecer alguém com quem pudesse conversar sem ter medo do que tenho a dizer, sem ter medo das conseqüências. No fundo, sou um grande careta, um merdinha. Tenho medo das minhas ações, dos resultados delas no futuro, como se eu ou meu futuro fossem coisas muito importantes. Uma fraude, isso é o que sou.
Sobra, então, a angústia, a ansiedade, aquela sensação de que falta algo que não sei o que é, e que, mesmo que soubesse, não poderia obtê-lo. Agarro-me à disciplina – na esperança de ser recompensado um dia – e à falsa compreensão de que a vida é assim mesma. Conformo-me, me adapto, passo a ser tolerante. E com a tolerância, vão-se os sonhos, pois agora tenho que ser adulto e não posso mais perder meu tempo com devaneios.
Até hoje, não sei o que quero da vida. Até hoje, não consigo permanecer sentado numa cadeira até terminar de ler um livro. Estou no terceiro parágrafo desse pequeno texto e já caminhei pela casa duas vezes, e certamente o encerrarei sem dizer tudo que desejo. Sou um transtornado, eu acho. Aonde isso me levará?
Quanto mais cresço, quanto mais envelheço, menos confiança tenho em mim mesmo. As possibilidades há uns anos pareciam tantas, e agora são tão poucas. Isso é maturidade? Ou o que eu sentia antes é que eram ilusões infantis?
Como tenho inveja dos ingênuos! Quanta coisa atormenta minha cabeça que ainda não consigo transformar em palavras. E quanta que jamais se transformará...
Sobra, então, a angústia, a ansiedade, aquela sensação de que falta algo que não sei o que é, e que, mesmo que soubesse, não poderia obtê-lo. Agarro-me à disciplina – na esperança de ser recompensado um dia – e à falsa compreensão de que a vida é assim mesma. Conformo-me, me adapto, passo a ser tolerante. E com a tolerância, vão-se os sonhos, pois agora tenho que ser adulto e não posso mais perder meu tempo com devaneios.
Até hoje, não sei o que quero da vida. Até hoje, não consigo permanecer sentado numa cadeira até terminar de ler um livro. Estou no terceiro parágrafo desse pequeno texto e já caminhei pela casa duas vezes, e certamente o encerrarei sem dizer tudo que desejo. Sou um transtornado, eu acho. Aonde isso me levará?
Quanto mais cresço, quanto mais envelheço, menos confiança tenho em mim mesmo. As possibilidades há uns anos pareciam tantas, e agora são tão poucas. Isso é maturidade? Ou o que eu sentia antes é que eram ilusões infantis?
Como tenho inveja dos ingênuos! Quanta coisa atormenta minha cabeça que ainda não consigo transformar em palavras. E quanta que jamais se transformará...