Há muita gente que me convida para assistir a jogos de futebol em bares ou em grupo, na casa de alguém. Minha teoria diz que, quem faz isso, não entende de futebol. Ora, como alguém pode assistir a uma partida importante, como a que tivemos na última quarta-feira, num clima de desconcentração? Para mim, jogo do Grêmio é coisa séria. Não me divirto nem um pouco assistindo às partidas, seja em casa, seja no estádio. Fico numa tensão que impressiona quem está ao meu lado, o que denuncia, enfim, aqueles que não entendem o que realmente o futebol significa.
Superstição é o que não me falta. Nos últimos tempos, andava acreditando que ouvir aos jogos do Grêmio pelo rádio lhe dava mais sorte. Na primeira partida das quartas-de-final da Libertadores, no entanto, lá em Montevideo, escutei o jogo pelo rádio e o perdemos por dois a zero. Passei a achar difícil a classificação e, nessa semana, mandei a superstição se catar: cheguei em casa na quarta-feira um pouco antes das 19h e decidi assistir ao jogo num pequeno restaurante aqui no Centro, cujos proprietários eu já conhecia. Fui, claro sozinho.
Cheguei ao restaurante vazio, de luz amarela e mesas de madeira pesada. Depressivo. Logo fui atendido por uma guria muito simpática e bonita, que estranhamente me ofereceu somente cerveja e vinho. Pedi só meia jarra de vinho, para não exagerar. Dez minutos depois, iniciaram-se os preparativos para o jogo, e aos poucos o pequeno restaurante foi se enchendo de gente, garrafas e fumaça de cigarro. Nesse meio tempo, descobriu-se um senhor uruguaio infiltrado entre os gremistas que se disse torcedor do Peñarol. Que fosse! Fato é que todos ali pareciam se conhecer e o ambiente se tornou, mesmo para mim, sozinho, bastante simpático.
Lembro que o primeiro tempo passou rápido. Queria que o Tricolor fizesse pelo menos um a zero na primeira etapa. Fez dois. Estava perfeito! No intervalo, o tal senhor uruguaio decidiu ir embora, sendo impedido simpaticamente pelos demais torcedores. Ouviam-se somente os “o senhor fiquei aí, ninguém se mexa até o fim do jogo”. Afinal, para outros, assistir aos jogos em bares é que é a superstição.
Para o segundo tempo, pedi outra meia jarra de vinho. Achava que valeria a pena. A função do vinho, porém, foi mais me tranqüilizar que qualquer outra coisa, pois o bendito terceiro gol não saiu. Fiquei durante uma determinada altura da partida um tanto distraído a ponto de, por sorte, perder o lance em que a bola estourou no nosso travessão – somente então voltando a mim devido ao silêncio que se fez no restaurante.
Anunciaram-se os pênaltis. Um dos sujeitos que haviam impedido o uruguaio de sair do bar cobriu a televisão com uma toca do Grêmio, sobre a qual posicionou uma imagem da Nossa Senhora Aparecida. Talvez pelo efeito do vinho, os pênaltis passaram para mim tão rápido quanto o primeiro tempo, e não lembro de ter temido pela derrota. O fato dos pênaltis errados pelos jogadores do Defensor terem sido os primeiros talvez tenha ajudado nisso.
Comemoramos muito! A imagem de Nossa Senhora foi beijada por alguns torcedores, enquanto outro recomendava que todos, no dia seguinte, fossem a uma igreja como forma de agradecimento. Paguei o que devia e saí rapidamente do restaurante. A senhora que veio me atender por fim, tão simpática quanto à guria bonita do começo, fez alguns rápidos e humorados comentários sobre o jogo, me convidando a assistir lá outras partidas, o que certamente farei.
Ontem, daí, visitei a Catedral Metropolitana.
Superstição é o que não me falta. Nos últimos tempos, andava acreditando que ouvir aos jogos do Grêmio pelo rádio lhe dava mais sorte. Na primeira partida das quartas-de-final da Libertadores, no entanto, lá em Montevideo, escutei o jogo pelo rádio e o perdemos por dois a zero. Passei a achar difícil a classificação e, nessa semana, mandei a superstição se catar: cheguei em casa na quarta-feira um pouco antes das 19h e decidi assistir ao jogo num pequeno restaurante aqui no Centro, cujos proprietários eu já conhecia. Fui, claro sozinho.
Cheguei ao restaurante vazio, de luz amarela e mesas de madeira pesada. Depressivo. Logo fui atendido por uma guria muito simpática e bonita, que estranhamente me ofereceu somente cerveja e vinho. Pedi só meia jarra de vinho, para não exagerar. Dez minutos depois, iniciaram-se os preparativos para o jogo, e aos poucos o pequeno restaurante foi se enchendo de gente, garrafas e fumaça de cigarro. Nesse meio tempo, descobriu-se um senhor uruguaio infiltrado entre os gremistas que se disse torcedor do Peñarol. Que fosse! Fato é que todos ali pareciam se conhecer e o ambiente se tornou, mesmo para mim, sozinho, bastante simpático.
Lembro que o primeiro tempo passou rápido. Queria que o Tricolor fizesse pelo menos um a zero na primeira etapa. Fez dois. Estava perfeito! No intervalo, o tal senhor uruguaio decidiu ir embora, sendo impedido simpaticamente pelos demais torcedores. Ouviam-se somente os “o senhor fiquei aí, ninguém se mexa até o fim do jogo”. Afinal, para outros, assistir aos jogos em bares é que é a superstição.
Para o segundo tempo, pedi outra meia jarra de vinho. Achava que valeria a pena. A função do vinho, porém, foi mais me tranqüilizar que qualquer outra coisa, pois o bendito terceiro gol não saiu. Fiquei durante uma determinada altura da partida um tanto distraído a ponto de, por sorte, perder o lance em que a bola estourou no nosso travessão – somente então voltando a mim devido ao silêncio que se fez no restaurante.
Anunciaram-se os pênaltis. Um dos sujeitos que haviam impedido o uruguaio de sair do bar cobriu a televisão com uma toca do Grêmio, sobre a qual posicionou uma imagem da Nossa Senhora Aparecida. Talvez pelo efeito do vinho, os pênaltis passaram para mim tão rápido quanto o primeiro tempo, e não lembro de ter temido pela derrota. O fato dos pênaltis errados pelos jogadores do Defensor terem sido os primeiros talvez tenha ajudado nisso.
Comemoramos muito! A imagem de Nossa Senhora foi beijada por alguns torcedores, enquanto outro recomendava que todos, no dia seguinte, fossem a uma igreja como forma de agradecimento. Paguei o que devia e saí rapidamente do restaurante. A senhora que veio me atender por fim, tão simpática quanto à guria bonita do começo, fez alguns rápidos e humorados comentários sobre o jogo, me convidando a assistir lá outras partidas, o que certamente farei.
Ontem, daí, visitei a Catedral Metropolitana.
Um comentário:
A última vez que eu fui cristão foi em 2003, quando prometi ir a uma igreja caso o Grêmio escapasse. Como bem sabemos - já que fomos naquele último jogo de 2003 - o Grêmio escapou. E fui à igreja duas semanas depois do jogo.
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